E tu acreditas, Eu cumpro ordens, mas ele é o chefe, não pode estar a dar-nos sinais de desorientação, depois as consequências sofremo-las nós, quando a onda bate no rochedo, quem paga sempre é o mexilhão, Tenho muitas dúvidas sobre a propriedade dessa frase, Porquê, Porque os mexilhões parecem-me contentíssimos quando a água escorre por eles abaixo, Não sei, nunca ouvi rir os mexilhões, Pois não só riem, como dão gargalhadas, o barulho das ondas é que não deixa percebê-las, tem que se lhes chegar bem o ouvido (...)
Ensaio sobre a Lucidez, José Saramago, 2004
Ensaio sobre a Lucidez, José Saramago, 2004
Sem comentários:
Enviar um comentário