Regarding Portugal:
"Percepção vs Realidade
Portugal ainda é visto como um país simpático, “easy-going”, com um clima ameno, de serviços e hospitaleiro. Ou seja, a percepção dos turistas não anda longe da realidade. A costa e as praias portuguesas continuam a ser um driver da nossa oferta e posicionamento turístico. No entanto, para muitos a costa Mediterrânica dos nossos vizinhos, a Cote d'Azur francesa, as praias gregas e a ainda por explorar e com um tremendo potencial costa Adriática, constituem alguns dos destinos turísticos de preferência e difíceis de competir com.
Um possível caminho?
A imagem global de Portugal tal como Henrique Agostinho (Sociedade Ponto Verde) a sumarizou é a de um "país do conforto". Somos um país confortável que "vende roupa, do tipo desportivo casual, roupa para ir para a esplanada e para ir passear à beira mar, nada de roupa de moda que isso é para os italianos". Como tal e em perfeita sintonia com o Henrique subscrevo a sua estratégia de apostarmos no "comércio do conforto" e no turismo de 3º idade.
Portugal, se quisermos posiciona-se realisticamente como a Flórida dos "Estados Unidos da Europa". Diz-nos o Henrique com uma acertada ironia: "se recebermos 100.000 reformados (o que não é nada, só a Alemanha deve ter entre 10 a 20 milhões de reformados) aumentamos 5% do PIB. Na Europa do norte uma reforma média vale 300 contos por mês: 100.000*12meses*300 = 360 milhões de contos de receita ano = 5% do PIB". E conclui: "A esse dinheiro (que está disponível porque não existe ninguém a apostar a sério neste cluster) juntava-se todo o efeito de contágio dos produtos nacionais ... Os filhos, sabendo que Portugal é o país do Conforto, comprariam português sempre que o conforto fosse o atributo mais importante)".
Será?
"Discover the undiscovered" – este é um insight e uma natural apetência que o povo anglo-saxónico (e outros povos do norte da Europa) têm e gostam de colocar em prática quando chegam a uma certa idade. É um nicho de mercado óptimo para explorar e onde Portugal pode muito bem competir e dar cartas. Desde a Costa Vicentina à Costa Minhota, até ao interior Transmontano ou Alentejano, temos muito para oferecer. Muito mais interessante do que tentar canalizar os recursos num target jovem que de ano para ano muda o seu destino de férias, porque não fixar um target a tempo inteiro com uma reforma para investir em paz e sossego?
Not so simple ...
Obviamente que descobrir uma categoria onde possamos ser os primeiros ou diferentes e vende-la ao mercado não é tão simples quanto a teoria sebenteira – porque é o mercado, são os consumidores que definem sempre que categoria é essa, aonde é que uma marca se encaixa (seja um país ou um sabonete de linha). O que é preciso é um trabalho prévio de "category-need", comunicar essa necessidade aos consumidores. Mas essa "category-need" já existe e com um tremendo potencial – só temos que a transferir para Portugal."
14 julho 2004
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