14 outubro 2007

Coño

Tenho problemas com o espanhol. Não gosto especialmente da língua, leio pouco em espanhol (excepto poesia) e não falo espanhol nem para comprar água no Kalahari.

Reparem que não tenho nada contra a Espanha e os espanhóis, nem me apanham a escrever coisas contra o «perigo espanhol» (é o mercado, estúpido); simplesmente me dou mal com o castelhano.

Talvez isso tenha alguma coisa a ver com experiências linguísticas. O ridículo do portunhol, as séries americanas dobradas na TVE («Espencer, detective privado»). E com os títulos. Ai os títulos.

Acho que já contei que descobri o Mein Kampf numa versão espanhola que se chamava naturalmente Mi Lucha. O sinistro panfleto nazi, agreste e tudo («Kampf»), transformado numa simples putéfia espanhola (a Milucha).

Depois os pintores: esse misterioso «Durero» que afinal não é andaluz mas o alemão Albrecht Dürer; esse mestre incógnito, «El Bosco», que afinal é Hieronymus Bosch e não um aguarelista primo de Mota Amaral.

E finalmente o inadjectivável Wuthering Heights degradado e arrojado pelo chão como Cumbres Borrascosas.

É de mais. Irra. Ou antes: coño.

Pedro Mexia, Estado Civil

1 comentário:

Zabriskie disse...

Es curioso que alguien que, a título propio, afirma desconocer la lengua española, se atreva a criticar los títulos de obras traducidas al español. Supongo que entiende, después de todo y muy a su pesar, correctamente el español ya que tan bien parece comprender las sutilezas y belleza de mi lengua.
Supongo que lo más triste de esta persona y de estos comentarios en general es que, tras siglos de prejuicios, es aún sencillo encontrar este tipo de articulos contra España y el español (o castellano, según guste usted), mientras que yo no puedo encontrar nada en contra de Portugal. ¿Es que somos más educados? No, es que simplemente no nos importa. Y eso escuece.