22 junho 2008

O Congresso Feminista, oitenta anos depois

Seria o mundo melhor se as mulheres estivessem nos centros de decisão? A historiadora Irene Pimentel, Prémio Pessoa 2007, e o escritor Rui Zink, Pen Clube 2004, os convidados do Câmara Clara, não têm certezas nesta matéria. Têm apenas a convicção de que é legítimo exigir igualdade de oportunidades no acesso aos centros de decisão. Em vésperas do Congresso Feminista que, na Gulbenkian, vai agregar 160 conferencistas – entre mulheres e homens, portugueses e estrangeiros –, oitenta anos depois de se ter realizado o último congresso feminista em Portugal, o Câmara Clara revê a história do feminismo em Portugal, passando também por Virginia Woolf, por Simone de Beauvoir, por Almodóvar e Tarantino, e, claro, pela matricial Maria Madalena.

12 junho 2008

O Blog das Coisas que até uma Gata Preta percebe


Rescaldo

Eu safei-me às 4 da tarde na bomba da Repsol do Pina Manique, onde estive meros quarenta minutos.





A imprensa (online) hoje:

O País deverá começar a voltar à normalidade entre esta quinta e sexta-feira, depois do fim do protesto dos camionistas, com o reabastecimento de supermercados e dos postos de abastecimento de combustível.
(...)
Segundo o porta-voz da Comissão Mediadora de Transportes, António Lóios, à SIC Notícias, o protesto foi suspenso devido à «vontade clara e inequívoca demonstrada pelo Governo na resolução deste problema».
(...)
Portagens reduzidas, no período nocturno, para profissionais do sector do Transporte de mercadorias, a majoração das despesas de combustíveis para efeito de despesas em sede de IRC, num mínimo de 20%, já em 2009 e a manutenção do valor do Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) inalterado são algumas das medidas acordadas.

O acordo incluiu ainda manutenção do imposto de camionagem nos valores de 2007 nos próximos três orçamentos do Estado e uma indexação do frete ao custo do aumento dos combustíveis.
Entre as medidas conta-se ainda uma forma especial de pagamento do IVA, já em vigor para o próximo ano fiscal.
Apoios específicos para a renovação de frotas, e para o abate de veículos em fim de vida e também subsídios para a formação profissional são outras medidas acordadas entre o Governo e a ANTRAM.

(...)
O abastecimento dos postos de combustível vai ficar totalmente reposto até sábado, afirmou, esta quinta-feira, à Lusa o presidente da Associação Nacional dos Revendedores de Combustíveis (Anarec).
Cada veículo de transporte de combustível tem capacidade para cerca de 36 mil litros, contudo um posto de venda para abastecer seis viaturas simultaneamente pode armazenar entre 100 a 120 mil litros, disse Cymbrom, explicando a demora no reabastecimento total das bombas, que em muitos pontos do país ficaram «secas» na quarta-feira.
O abastecimento de uma viatura não pode ser em simultâneo com o abastecimento do posto de combustível, sendo necessária uma espera de cerca de 20 minutos.
(...)
O reabastecimento dos supermercados vai levar entre 24 a 48 horas até ficar quase concluído, segundo a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), que lamentou os prejuízos causados pela paralisação dos transportadores de mercadorias, terminada esta quinta-feira.
«24 a 48 horas é o tempo razoável para aprovisionar as lojas a 80 por cento», disse à Lusa o director-geral da APED, José António Rousseau, explicando que a «reposição plena não é imediata». Visão

O protesto dos camionistas foi suspenso esta madrugada. O anúncio do fim dos piquetes aconteceu por volta das 02h00, de acordo com a RTP. O bloqueio foi levantado aos poucos e ao longo da madrugada a desmobilização foi grande.

No plenário da Batalha, que durou mais de três horas e onde se reuniram cerca de 300 camionistas, representantes dos piquetes, foi aprovado o fim da paralisação e a continuação das negociações com o governo.

Com os camionistas a regressarem à estrada é de esperar que a situação se normalize nas centenas de estações de serviço que já tinham esgotado as suas reservas, bem como nos supermercados, que já estavam a sofrer quebras no "stock" devido à falta de abastecimento, indica a RTP.

Da reunião desta madrugada na Batalha saiu igualmente outra importante decisão com a aprovação de uma proposta para a criação de uma nova associação para o sector depois da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) se ter demarcado deste protesto que paralisou o país durante três dias, indica ainda o canal público no seu site.

Em declarações à SIC Notícias, o porta-voz da Comissão Mediadora de Transportes, António Lóios, explicou a decisão de suspender a paralisação pela "vontade clara e inequívoca demonstrada pelo Governo na resolução deste problema".

As negociações vão continuar nos próximos dias, pelo que "nada está fechado", disse ainda António Lóios, enumerando possíveis medidas como o pagamento do IVA após boa cobrança do mesmo e apoio na formação profissional e em questões ambientais, como a "introdução de filtros de partículas em todos os camiões".

"Há condições de princípio que nos levam a nos sentar à mesa e levar por diante a negociação", considerou o porta-voz da comissão, deixando ainda assim o aviso: "se por qualquer motivo, o Governo também não cumprir, a gente cá está para agir da forma que entender". Público [a cavalo da RTP ;]

O DN tem títulos mais contundentes:

Reposição dos 'stocks' de combustíveis nas bombas demora até dois dias

"Não recebemos nada desde segunda-feira. Não sei como vai ser"
[supermercados]


06 junho 2008

Portugal No Seu Melhor

Não é feito só de imagens ;)

A agricultura biológica já chegou às lojas LIDL!
(pois, já sei, são de linhagem alemã, esses grandes pioneiros nestas coisas...)

A cadeia de health clubs Holmes Place teve de se render às evidências e colocou alarmes nas toalhas que faculta aos sócios - uns rolinhos metidos numa das bainhas...

A propósito da participação do Portugalito no EURO 2008, a cerveja Sagres diz-nos A poia da nossa Selecção, Canta o Hino* Bebe Sagres.
Ora se aquilo a jogar correr mal, mal, será porque aqui a malta não emborcou bem, bem :|
*faça-se a ressalva de que voltaremos todos a saber o Hino de cor e salteado
- os nossos avoengos exultam na campa...

Até a revista Deco Proteste se rende à loucura destravada do futebol e publica um teste a 28 cervejas, a melhor para vibrar no Euro.

E cito João Lopes:

Desde logo, porque raríssimas vezes se discute a simples qualidade futebolística. De facto, é surpreendente que se tente banalizar o facto de a selecção orientada por Luís Filipe Scolari ter sido, até agora, nos momentos decisivos, uma equipa perdedora. É mesmo inacreditável que se menosprezem as qualidades de todas as outras equipas, a começar por aquelas que estão no grupo dos portugueses: escamoteia-se que o futebol checo é dos mais criativos e imprevisíveis da Europa, que os turcos têm melhorado imenso nos últimos anos e que os suíços, além de jogarem em casa, demonstram uma crescente sofisticação táctica.
E confesso a minha total indispo-nibilidade para os sermões da praxe. Dispenso os discursos dos guardiões morais do futebol, sempre empenhados em dar aos outros lições de “patriotismo”. Aliás, não os vi minimamente atentos às ressonâncias do nome de Portugal quando, há dias, Manoel de Oliveira recebeu no Festival de Cannes aquela que é, para todos os efeitos, a maior distinção de que já foi objecto o cinema português. Na verdade, não gosto menos da selecção portuguesa e dos seus jogadores por ter uma visão pragmática daquelas que me parecem ser as suas (muitas) limitações. Apenas me pergunto (e lhes pergunto) que espécie de ideias, sentimentos ou valores querem dar ao seu muito querido “povo” quando promovem esta visão triunfalista e pueril do futebol português.
Sei que sou céptico: considero mesmo que, na actual conjuntura futebolítistica, a eventual eliminação da selecção portuguesa na fase de grupos é um facto normal, sem nada de dramático. Mas não são os resultados desportivos que estão em causa. Para que não restem equívocos: mesmo que Portugal seja campeão da Europa, o populismo político, mediático e publicitário montado em torno da selecção é uma página triste para a história da nossa identidade colectiva.