Cito Ferreira Fernandes, jornalista do DN, em crónica publicada na revista de domingo, creio, e deixo aqui outra crónica deliciosa deste senhor:
Eu sei, não é caso para pôr a bandeira nacional à janela. Mas é uma pequena boa notícia: a Casa Branca vai mesmo ter uma mascote portuguesa. Mas isso não é mau? Género: "Você é donde? Ah, português! Como o poodle dos Obama
" Justamente, é coisa para assumir: "Poodle, coisa nenhuma: cão-d'água português!" É uma raça com muitos acentos (til, agudo, circunflexo) e há que a proclamar nossa com orgulho. O cão de Malia e Sasha é óptimo - na carruagem de comboio Interail com a rapariga polaca, no jantar com os sogros estrangeiros do filho, no intervalo da assinatura do contrato com o empresário chinês
- para animar a conversa sobre um bom assunto: nós. É verdade, sou português como o cão dos Obama. Um cão nada maricas e nada bruto, trabalhador. Sabe que ele já andava nas caravelas? Não se demore nas caravelas, fisgue- -se no cão-d'água português: sabe que nos barcos de pesca algarvios ele tinha a sua parte de peixe como a restante tripulação? Fazia por isso: mergulhava a buscar o cabo que caíra, fazia de estafeta com a praia, ficava de guarda ao barco
Trabalhador, com juba e leal. Assim fôssemos sempre representados.
[formatação minha :)]
foto da
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