A Montanha Mágica, a obra-prima de Thomas Mann, vai estar novamente disponível nas livrarias portuguesas, a partir de 30 de Maio, com a chancela da Dom Quixote. Trata-se da primeira tradução feita directamente do alemão para português europeu. A responsável é Gilda Lopes Encarnação, que prepara uma nova tradução de Os Buddenbrooks.
Esta é a primeira tradução para português feita directamente do alemão?
Não, trata-se apenas da primeira tradução para português europeu, porque já havia uma no Brasil, também feita directamente do alemão por Herbert Caro. Foi uma tradução que depois teve uma adaptação estilística, ao ser publicada em Portugal, que na minha opinião não foi bem sucedida, como acontece muitas vezes nestes casos.
Como explica que um romance desta importância tenha tão poucas traduções?
Não é caso único. Basta pensar em Robert Musil, que só no ano passado teve uma segunda tradução do seu O Homem Sem Qualidades. Aliás, os casos de Thomas Mann e Musil são muito semelhantes. Ambos tinham sido editados na Livros do Brasil e têm agora novas traduções, mais cuidadas, para português europeu. E em relação à Literatura Alemã há um manancial enorme de poetas, escritores e dramaturgos que não têm tradução para português, nem em Portugal, nem no Brasil.
Traduzir A Montanha Mágica é uma tarefa difícil?
Não só pela enorme extensão da obra, mas também pela especificidade da linguagem de Thomas Mann, que tem muitas referências culturais, filosóficas e políticas. Foi um trabalho moroso, mas também gratificante. Até porque n'A Montanha Mágica encontramos lá tudo, em termos de História, de Filosofia e da visão do mundo do início do século XX.
O que mais a fascina na obra de Thomas Mann?
O cuidado com a linguagem. Todas as palavras, frases e construções são muito elaboradas, mas sem que o leitor tenha consciência disso. São elaboradas em termos conceptuais. Como se cada palavra, frase ou construção fosse pensada e estivesse no lugar certo. O grande desafio do tradutor é conseguir devolver essa riqueza na língua portuguesa.
Blogue de Letras
Esta é a primeira tradução para português feita directamente do alemão?
Não, trata-se apenas da primeira tradução para português europeu, porque já havia uma no Brasil, também feita directamente do alemão por Herbert Caro. Foi uma tradução que depois teve uma adaptação estilística, ao ser publicada em Portugal, que na minha opinião não foi bem sucedida, como acontece muitas vezes nestes casos.
Como explica que um romance desta importância tenha tão poucas traduções?
Não é caso único. Basta pensar em Robert Musil, que só no ano passado teve uma segunda tradução do seu O Homem Sem Qualidades. Aliás, os casos de Thomas Mann e Musil são muito semelhantes. Ambos tinham sido editados na Livros do Brasil e têm agora novas traduções, mais cuidadas, para português europeu. E em relação à Literatura Alemã há um manancial enorme de poetas, escritores e dramaturgos que não têm tradução para português, nem em Portugal, nem no Brasil.
Traduzir A Montanha Mágica é uma tarefa difícil?
Não só pela enorme extensão da obra, mas também pela especificidade da linguagem de Thomas Mann, que tem muitas referências culturais, filosóficas e políticas. Foi um trabalho moroso, mas também gratificante. Até porque n'A Montanha Mágica encontramos lá tudo, em termos de História, de Filosofia e da visão do mundo do início do século XX.
O que mais a fascina na obra de Thomas Mann?
O cuidado com a linguagem. Todas as palavras, frases e construções são muito elaboradas, mas sem que o leitor tenha consciência disso. São elaboradas em termos conceptuais. Como se cada palavra, frase ou construção fosse pensada e estivesse no lugar certo. O grande desafio do tradutor é conseguir devolver essa riqueza na língua portuguesa.
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