Nepenthe

AS PORTAS QUE ABRIL ABRIU  Era uma vez um país  onde entre o mar e a guerra  vivia o mais infeliz  dos povos à beira-terra. Onde entre vinhas sobredos vales socalcos searas serras atalhos veredas lezírias e praias claras um povo se debruçava como um vime de tristeza sobre um rio onde mirava a sua própria pobreza. Era uma vez um país onde o pão era contado onde quem tinha a raiz tinha o fruto arrecadado onde quem tinha o dinheiro tinha o operário algemado onde suava o ceifeiro que dormia com o gado onde tossia o mineiro em Aljustrel ajustado onde morria primeiro quem nascia desgraçado. Era uma vez um país de tal maneira explorado pelos consórcios fabris pelo mando acumulado pelas ideias nazis pelo dinheiro estragado pelo dobrar da cerviz pelo trabalho amarrado que até hoje já se diz que nos tempos do passado se chamava esse país Portugal suicidado. Ali nas vinhas sobredos vales socalcos searas serras atalhos veredas lezírias e praias claras vivia um povo tão pobre q...

Obituary from The Guardian For more than 50 years,  Isao Takahata , who has died aged 82, played an instrumental role in forging the international reputation of Japanese animation. He was one of the two key figures behind Japan’s leading animation house, Studio Ghibli, which he co-founded in 1985 alongside  Hayao Miyazaki , and the director of such poignant works as the antiwar film  Grave of the Fireflies  (1988) and the Academy award-nominated  The Tale of the Princess Kaguya  (2013), based on a 10th-century folktale and realised in a style influenced by traditional Japanese ink-wash painting. Yet in contrast to the freewheeling and design-based approach of his more prolific colleague, Takahata never put so much as a pen to paper during the animation process. Nonetheless his sophisticated, character-driven animations explored a diverse range of themes and aesthetic styles, often confounding expectations as to what was possible within the medium. ...